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19/11/2018 às 14:22

República do Reggae celebra seus 15 anos com louvor

[República do Reggae celebra seus 15 anos com louvor]

A expectativa era enorme para a décima quinta edição da República do Reggae. A "Nação Regueira" ou "Família", como, carinhosamente se intitula o fiel público do evento, é sempre muito participativa nas redes sociais, demonstrando a ansiedade por cada edição. E, desta vez, não poderia ser diferente. A República estaria comemorando seus 15 anos com uma grade de peso, com grandes nomes do reggae nacional e internacional.

O mesmo público que acompanha é aquele que critica, que expressa sua opinião, que cobra, que aponta os erros e acertos durante o evento. E para esses críticos não restou dúvidas: essa foi uma das melhores edições da República do Reggae, um momento épico de celebração de música, paz e amor.

 

O evento contou com uma super estrutura, dois palcos principais que não permitiram atrasos entre as bandas e uma tenda de música, a Tenda Dub, onde vários DJ's e MC's expressavam sua arte, revezando o microfone e interagindo de perto com o público presente. Também estiveram presentes expositores na "Feira República", espaço onde podiam mostrar seus trabalhos que incluíam roupas, acessórios, artesanatos e tatuagens. Se alguém, por acaso, não tivesse ido com o "look" completo, ali mesmo poderia comprar um brinco ou camiseta para curtir o Reggae da cabeça aos pés.

Quem deu início aos shows foi Igor Salify, grande promessa do Reggae nacional. Os regueiros que iam chegando, aos poucos, ao Wet'n Wild já entraram logo no clima e prestigiaram o carismático jovem cantor e compositor baiano. Nos bastidores, Salify esbanjou simpatia e não escondeu a felicidade e emoção de participar de um momento tão grandioso como a República.


Em seguida, o palco recebeu o grupo Vibrações. A esse momento o público já lotava o espaço. Famílias inteiras, grupos de amigos, pessoas sozinhas ou acompanhadas aproveitavam a "vibe" do Reggae. Depois do grupo alagoano, foi a vez dos nomes internacionais invadirem o palco. O trio jamaicano The Mighty Diamonds era um dos nomes mais aguardados da noite. Juntos desde a década de 70, Donald "Tabby" Shaw, Lloyd Ferguson e Fitzroy Simpson demonstram toda a experiência, talento, união e anos de reggae na sua apresentação. Cantando seus maiores sucessos, com seus vocais suaves que lembram a soul music americana, levaram os presentes à loucura.

Os próximos a se apresentarem foram os integrantes do Mato Seco. Os sete grandes amigos, músicos autodidatas, que se uniram para fazer música, levaram a mensagem de resistência - sua marca registrada - para os regueiros que, à essa altura, já estavam em êxtase com o evento. 

Os shows seguiam sem intervalo e os gigantes do Steel Pulse chegaram para abrilhantar a noite. O grupo britânico formado em 1975 chegou a abrir shows do mestre do Reggae Bob Marley. Suas letras deixam claro a luta de décadas contra o racismo e as desigualdades, sempre pregando mensagens de paz, resistência e amor.

Ponto de Equilíbrio, uma das principais bandas do estilo no país, levou milhares de fãs ao evento. E, certamente, não os decepcionou. A banda, que já gravou anteriormente CD e DVD ao vivo na República, manteve a energia incrível de sempre e cantou os grandes sucessos. 

Os próximos a cantarem para a "Nação" foram os norte-americanos do Groundation. Harrison Stafford distribuiu simplicidade, sorrisos, simpatia e muito reggae fazendo uma apresentação impecável.

O mesmo não escondeu o quanto ficou feliz com o show da República, como ficou claro no post que a banda fez na sua rede social:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O baiano Edson Gomes, considerado por muitos o maior nome do reggae nacional, foi o próximo à subir no palco. Com seu grande sucesso "Malandrinha" levou todos os presentes a cantarem juntos. Não tem como não se emocionar com a voz e as letras de Edson que trazem reflexão sobre violência, desigualdade social, pobreza e corrupção no país.

Mantendo o padrão dos gigantes, Dezarie chegou em seguida. A americana, que já ganhou o prêmio de Melhor Revelação Feminina do Reggae, é um dos nomes que mais enlouquecem os fãs da República. Linda e imponente no palco, com um look impecável, a diva do Reggae tem uma voz que prende qualquer espectador. 

O grupo soteropolitano Adão Negro fechou o evento com chave de ouro. Com o dia amanhecendo, fizeram, como diz a letra de Anjo Bom, "um carnaval, uma alegria, amor sem fim". Quem ficou até o final não conteve a emoção do momento e acompanhou todas as letras enquanto os meninos do Adão cantavam, entre sorrisos, seus maiores sucessos. 

 

Envoltos em bandeiras que representam o Reggae, vestindo o reggae, respirando o reggae, sentindo o reggae, a Nação Regueira presente deixou o momento ainda mais emocionante. Só quem vive a República, mesmo que por um único dia, consegue ter noção do que o evento representa. Vai além de shows e apresentações, além de pessoas presentes para curtir uma festa. A República representa paz, onde todos os presentes podem aproveitar ao máximo num clima de tranquilidade, mesmo com o espaço lotado. A República representa fé, resistência, luta, através de todas as letras ali cantadas. A República é, acima de tudo, uma grande celebração de amor em que todos os envolvidos saem renovados e contando os minutos para o próximo ano.

Fotos: Sercio Freitas @serciofreitas

 

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