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De barzinhos a grandes arenas: artistas baianos que conquistaram o Brasil
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Quem circula hoje pelos barzinhos de Salvador talvez não imagine que dali podem surgir as próximas estrelas da música nacional. Muitos dos nomes que hoje lotam arenas, comandam trios elétricos e arrastam multidões começaram justamente nos palcos pequenos, de frente para mesas de madeira e público intimista. A história de alguns deles mostra como a capital baiana é um verdadeiro celeiro de talentos.
Ivete Sangalo, antes de ser coroada como a rainha do axé, afinava sua voz em bares e espaços culturais de Salvador. Aos 18 anos, sua primeira apresentação aconteceu em um barzinho em Ondina, em agosto de 1992, com cachê simbólico, às vezes pago com carne de sol, já que o couvert artístico era voluntário. Ela também se apresentou no Mercado Modelo e no Teatro do Centro de Cultura João Gilberto, onde abriu o show de Geraldo Azevedo. Essas experiências foram fundamentais para seu desenvolvimento, até que, em 1993, assumiu os vocais da Banda Eva, dando início à carreira nacional de sucesso que todos conhecem hoje.
Saulo Fernandes também começou cedo nos bares e espaços culturais de Salvador, influenciado pela cena musical local e pela família. Aos 18 anos, se mudou para Vitória (ES), onde cantou em trios elétricos durante o carnaval. Em 1996, retornou à Bahia e fundou a banda Chica Fé, lançando o CD Querer. Entre apresentações em bares e espaços culturais, ele aprimorou sua musicalidade e conquistou o público local. Em 2001, foi reconhecido como cantor revelação do carnaval, abrindo portas para sua entrada na Banda Eva, em 2002, como substituto da cantora Emanuelle Araújo.
Desde criança, Xanddy Harmonia já mostrava talento e barulho! Batia lata na rua, para desespero dos vizinhos, e aos 15 anos compôs sua primeira música, “Minha Vida”. Em 1996, foi convidado para cantar na banda Vírus do Samba, em um espaço na Lapinha, e no ano seguinte integrou a banda Gente da Gente, abrindo shows para Mastruz com Leite em Salvador e Sandra de Sá em Feira de Santana. Mais tarde, com o Harmonia do Samba, Xanddy transformaria o pagode baiano em fenômeno nacional.
Jau nasceu e cresceu em Salvador, e sua paixão pela música começou ainda na adolescência, cantando em rodas de amigos e pequenas festas na sua comunidade. Antes de estourar com o Jauperi, ele se apresentou em barzinhos e casas noturnas da capital baiana, lugares essenciais para testar repertório e conquistar público local. Esses palcos menores ajudaram a formar seu estilo descontraído e comunicativo, que o acompanharia em toda a carreira.
Márcio Victor também tem raízes profundas em Salvador. Desde cedo se interessou por música e começou cantando em festas de amigos e pequenos eventos, imerso na cultura musical da cidade. Antes de transformar o Psirico em fenômeno nacional, ele se apresentou em barzinhos, festas populares e casas de shows menores, lapidando sua performance e carisma no palco. Esses lugares foram fundamentais para que Márcio desenvolvesse presença de palco e fidelizasse seu público.
Essas trajetórias mostram que, em Salvador, todo palco importa. Seja no canto de um bar ou em uma arena lotada, a música baiana sempre encontra um jeito de brilhar, e revelar novos talentos que podem estar se apresentando, neste exato momento, a poucos metros de você.