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Relembre a importância do vinil na história da música brasileira
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O disco de vinil representa mais do que um suporte físico: é memória, estética e afeto. No Brasil, ele teve um papel decisivo na construção da indústria fonográfica e na consolidação de carreiras que atravessam gerações. Durante décadas, foi o principal meio de distribuição da música brasileira, contribuindo para a criação de obras que hoje são consideradas clássicas.
A chamada “era de ouro” da música popular brasileira, entre os anos 1960 e 1980, teve no vinil seu grande aliado. Álbuns históricos como Chega de Saudade, de João Gilberto, Elis & Tom, de Elis Regina e Tom Jobim, Refazenda, de Gilberto Gil, e Acabou Chorare, dos Novos Baianos, foram pensados para esse formato — da ordem das faixas à arte de capa. O vinil não era só som: era projeto, conceito e experiência.
Capas criativas, encartes com letras e textos assinados por críticos ou pelos próprios artistas faziam do objeto algo quase sagrado. Ele era comprado, guardado com cuidado, passado de geração em geração. O ritual de colocar o disco na vitrola, limpar a agulha, ajustar o volume e ouvir cada faixa com atenção reforçava a conexão emocional com a música.
Com a chegada do CD e, mais tarde, das plataformas digitais, o vinil perdeu espaço comercial, mas nunca desapareceu totalmente. Nas últimas décadas, ressurgiu com força no mercado, impulsionado tanto por colecionadores quanto por um público mais jovem, ávido por uma experiência mais tátil e imersiva. Artistas contemporâneos também passaram a relançar seus trabalhos nesse formato, valorizando o resgate da tradição.
Hoje, o vinil ocupa um lugar de destaque não apenas como item de colecionador, mas como símbolo de resistência cultural. Ele mantém viva a memória de uma época em que a música brasileira floresceu com liberdade criativa, e continua sendo um elo entre passado, presente e futuro sonoro do país.
Foto: Divulgação